domingo, 27 de janeiro de 2013

2 - O Conde

O dia chegou.

Alice estava sentada no sofá da sala, esperando a hora de ir buscar o garoto na estação de trem. Havia ligado para a Mansão Phantomhive (que era bem mais prático do que mandar cartas) e pediu especificadamente o dia que o menino ia chegar, já que Sebastian não tinha sido nada claro na carta.

A hora chegou e ela foi busca-lo, a estação não era muito longe do bosque onde ela tinha alugado a casa. Chegou lá exatamente na hora que o trem havia chegado, e quanta gente tinha naquela estação! Ela mal conseguiu ver ele saindo do vagão em meio a tanta gente (ele também era menor do que ela esperava).

Primeiro problema: a bagagem do Ciel havia sido extraviada, ele estava apenas com as roupas do corpo e o violino que levou no vagão junto dele. Alice teria que ir a cidade de novo para comprar roupas a ele.

-Desculpe, foi imprudência minha não ter levado todas as malas junto no vagão. - Ciel falou meio envergonhado com o acontecimento, olhando para os próprios pés.

-Não se preocupe pequeno, assim que chegarmos em casa, você vai dormir, deve estar cansado da viagem, isso nós resolvemos depois! - Alice disse animada, levantando o queixo dele para olhar em seus olhos, logo em seguida pegou o case do violino com uma mão e pegou a mão dele com a outra. Os dois saíram caminhando da estação, em uma rua estreita em direção a uma área bem arborizada.

Ciel ficou mais envergonhado que antes, e com vontade de soltar da mão da mulher que acabará de conhecer "onde já se viu um Conde de mãos dadas com a criadagem?" E alem do mais, pelo que Sebastian havia falado a ele, ela era tão mortal quanto seu fiel mordomo, e não sabia controlar suas emoções direito, mas era completamente confiável. Ciel não soltou da mão dela, isso poderia ser uma grosseria, e ele nem devia ser conhecido nesse lugar como o grande Conde que era, formalidades não eram mais tão necessárias quanto a isso.

***

Do lado de fora, casa parecia ser imensa. Não se comparava a grandiosidade da mansão, mas conseguiu deixar Ciel impressionado. Alice o levou até seus aposentos, eram simples, uma cama de casal, uma mesinha de cabeceira e um pequeno armário perto da porta.

-Aqui será seu quarto, você vai poder decora-lo como quiser com o passar do tempo. Na mesinha, há seu cronograma de aulas e compromissos. Toda segunda, quarta, quinta e sábado as 15:00h você terá aulas de violino comigo. Semana que vem começam suas aulas na escola, no período da manhã. Sebastian me falou que você nunca foi a uma escola, mas tenho certeza que irá se acostumar lá. Conforme os dias passam vamos encaixando outros cursos em sua agenda. Agora durma. - Alice disse gentilmente, mas firme, não queria que o menino pensasse que ia poder fazer qualquer coisa enquanto estava em sua casa. Após dizer isso ela sai do quarto.

"Estou sem opinião formada sobre essa casa, esse lugar, essa mulher." Não saia da cabeça de Ciel o porque havia simpatizado com  moça, ele normalmente não simpatiza com ninguém.
Logo deixou esses pensamentos de lado e voltou a matutar sobre a razão de Sebastian te-lo enviado para cá, seria bom se o demônio começasse a contar as coisas pra ele de vez em quando. Mergulhado em pensamentos, acaba adormecendo.


***

Enquanto Ciel dormia, Alice foi ao centro e comprou algumas peças de roupa para ele e deixou na porta do quarto, em um pacote de presente.
Ela estava se sentindo estranha, estava tão feliz por ter que cuidar desse menino, o que estava acontecendo com ela? "Carinho" não era palavra no dicionário de uma Sombra, "amor" muito menos. Estranho, muito estranho.

Ciel acordou depois de 4h de sono e levantou tirando a roupa de Conde. "Aqui é mesmo muito quente, preciso de roupas novas logo..." ao abrir a porta vê o pacote "...ela é rápida"

***

-Dormiu bem? - Disse Alice enquanto tomava chá. - Você deve estar faminto, sente-se.

-Obrigado pelas roupas. - Pronuncia as palavras enquanto puxa uma cadeira - Esse chá, Cey Lon?

- Parabéns Conde, é Cey Lon sim. As roupas ficaram boas?

- Um pouco grandes, mas da pra usar.

Depois de trocar essas poucas palavras, os dois tomaram o chá da tarde em silêncio, pensando sobre a situação atual em que se encontravam.

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